“Não sei exatamente o que aconteceu, porque eu estava sob efeito da cocaína, mas percebi que aquela vida de traficante não era para mim. Mais cedo ou mais tarde eu ia acabar morrendo. Foi quando tomei coragem, saí do morro e decidi voltar para a igreja”, disse ontem X., de 24 anos, na igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, horas depois de ter se entregado na 39ª DP (Pavuna), com um saco cheio de drogas.
Decidido a largar o tráfico no Morro da Pedreira, em Costa Barros, X. pegou uma Kombi de lotada em direção à igreja, em São João de Meriti, que havia abandonado há três meses. No caminho, viu a 39ª DP, pediu para descer da Kombi e entrou. Eram 6h da manhã. Ele carregava um saco com 170 trouxinhas de maconha, 24 sacolés de cocaína, 57 pedras de crack e nove comprimidos de ecstasy, que foi apreendido pela polícia.
— X. confessou em depoimento que estava no tráfico há três semanas, porque precisava sustentar o vício. Ele também contou que, antes de deixar o morro, cheirou “dois sacos de pó de 20” (que custam R$ 20) — disse o inspetor Marcos Maia.
Após depor, X. foi liberado, porque não houve flagrante. Mesmo assim, foi aberto um inquérito para apurar o caso. O rapaz foi indiciado por tráfico e associação para o tráfico, devido à grande quantidade de drogas que portava.
Ainda durante o depoimento, X. pediu aos policiais para chamarem o pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Assim que soube que o rapaz estava na delegacia, o pastor enviou uma equipe ao local para levá-lo de volta à igreja.
— Antes de abandonar a igreja, X. passou um ano e oito meses conosco. Ele servia na Aeronáutica e chegou aqui através de um superior, que sabia dos seus problemas com drogas. Esse rapaz é viciado, não é bandido. Tem boa índole, é trabalhador e honesto — disse o pastor Marcos, conhecido por recuperar traficantes e presidiários.
Enquanto esteve na igreja, X. um curso de eletricista. No fim do ano passado, entretanto, ele decidiu voltar a morar com a mãe, em Costa Barros e não apareceu mais.
— Soubemos que ele havia voltado para as drogas, mas foi uma surpresa quando a polícia ligou dizendo que ele havia se envolvido com o tráfico — contou o ex-pagodeiro Waguinho, atualmente braço-direito do pastor Marcos.
Fonte: Extra
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