POLÍTICA
DILMA ROUSSEFF
Candidata continua sondando evangélicos e visita igreja na Bahia
Em paralelo às atividades institucionais(1) de ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff reforça, nesta semana, a agenda religiosa de pré-candidata. Após visita à Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São Paulo, ela participa no dia 9 de celebração na Basílica do Senhor do Bonfim, em Salvador. Os eventos já fazem parte de uma estratégia do PT para ela viajar pelo país e debater temas previstos no programa de governo do PT.
A visita à Igreja do Senhor do Bonfim foi escolhida a dedo. Os organizadores colocaram a ministra na segunda missa da manhã, por volta das 7h, por ser a que mais fiéis recebe. Integrantes do candomblé se misturam a católicos no templo. O Senhor do Bonfim é um dos ícones do sincretismo religioso nacional. A previsão é de que 400 pessoas participem da missa celebrada pelo reitor da basílica, Edson Menezes.
Esse tipo de contato com potenciais eleitores vai se intensificar, atendendo a um desejo do presidente Lula e dos líderes do PT. Eles aguardavam apenas que Dilma encerrasse o tratamento contra o câncer e fosse liberada pelos médicos. Durante a semana, a agenda vai privilegiar a divulgação dos programas do governo. Nos fins de semana, os encontros com lideranças locais e o contato com o eleitorado serão priorizados. Como muitos dos eventos são desvinculados das atividades de ministra, o partido deverá arcar com as despesas de deslocamento. “Ela vai ter agenda sexta, sábado e domingo para visitar o Brasil e ouvir o povo”, afirma o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).
No domingo, Dilma pretende marcar presença no Círio de Nazaré, em Belém do Pará. O evento reúne cerca de dois milhões de peregrinos na capital paraense. Eles percorrem 4km entre a Catedral de Nossa Senhora e a Basílica do Santuário. “As pessoas vêm ao Círio para agradecer à Nossa Senhora de Nazaré pelas graças que receberam. O Círio não só é uma manifestação da fé católica, mas cultural, turística e religiosa”, afirma o padre Jeorge Miranda, membro da Arquidiocese da catedral.
Graças
Para o filósofo da Universidade de Campinas Roberto Romano, autor do livro Brasil, Igreja contra Estado, a aproximação entre políticos e líderes religiosos ainda é rotina no Brasil em função da influência que esses exercem sobre o Estado. “Enquanto a religião tiver essa importância nos costumes, qualquer dirigente vai tentar conseguir as graças desse ou de outro religioso. Ou de todos”, afirma o professor da Unicamp. Apesar da crítica aos políticos, Romano aponta também o interesse direto das entidades religiosas, dotadas, segundo ele, de um “pragmatismo escandaloso”.
Na agenda de governo, Dilma acompanhará o presidente Lula na visita às obras de transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, e de revitalização do leito do rio, em Minas. De acordo com o Ministério da Integração, o projeto da revitalização tem investimentos previstos de R$ 1,5 bilhão. A transposição exigirá R$ 5 bilhões. Durante visitas aos canteiros de obras, Lula deve discursar para 5 mil trabalhadores — mais da metade do número total de operários envolvidos na transposição.
Data: 8/10/2009 09:57:51
Fonte: Correio Braziliense
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